Dia 21

Onde tem essa igreja?
Sorvete na igreja?
Em cima da igreja?
Quê que é teatro? Tipo uma igreja?
Pra que serve uma igreja sem pastor?



Como temos visto pela reflexão em torno do livro dos Actos dos Apóstolos, a Igreja nasceu com pequenas comunidades de discípulos que se reuniam à mesa para partirem o pão e partilharem a vida, na sua procura por seguir Jesus. Como satiriza este vídeo, hoje temos igrejas em quase todas as esquinas...

E comunidades? Ainda temos? Que podemos fazer para que as bases das nossas igrejas passem a ser pequenas comunidades em vez de multidões desconhecidas?

Há uma pergunta neste vídeo que poderia sair de forma sincera da boca de muitos cristãos: “Pra que serve uma igreja sem pastor?” Tantas vezes se reduz a Igreja aos presbíteros, colocando-os como elementos até mais centrais do que Jesus.

Como inverter este erro? Como colocar Jesus no centro da programação pastoral das nossas igrejas? Como comprometer toda a comunidade neste desafio?

13 comentários:

Unknown disse...

De uma forma ligeira, como (segundo dizem) se deve começar, cultivamos durante tanto tempo uma pastoral de massas que olhamos para o pequeno como fracasso.
Expressões como "tão poucos", "só estes", "porque não vieram mais?" são comuns nos nossos encontros.
Se há muita gente parece um sucesso imediato.
E quando olhamos para Jesus vemos o cuidado com cada um, vemos a necessidade de sair da multidão para deixar-se encontrar por Ele.
E, assim, acontece na pastoral infantil e juvenil de massas, que carece de um acompanhamento pessoal que proporcione o encontro com Cristo, com o Re-Suscitado. Andamos numa de fazer e encarceramos o Ser.
Falta o encontro com o Pastor.
Falta a experiência com o verdadeiro Pastor, e muitas vezes giramos em volta de meras "ovelhas", "cães", ou ainda pior, "lobos" disfarçados.
Julgo que urge uma pastoral do encontro, uma pastoral da Palavra, do Toque, do Ver, do Ouvir, do "Cheirar" Jesus, a Jesus, com Jesus. Urge uma pastoral dos sentidos (não confundir com sentimentos) com Sentido. Com-sentir Jesus.
Talvez seja essa a gramática da proximidade de que nos fala o Papa Francisco.
Tudo isto ainda que apareçam como afirmações continuam a ser perguntas em mim. Enfim...
Valha-nos o Evangelho de hoje: "Trazei-mo cá"; "Se posso?... Tudo é possível a quem crê".

Já debitei que chegue por hoje (porventura a intenção seria maior poder de síntese na partilha)
"Abreijos"
Augusto

Paulo José Borges disse...

Jesus é o centro.

«Arranca - me, Senhor
dos falsos centros.
Livra-me, sobretudo,
de colocar em mim mesmo
meu próprio centro...

Como não compreender,
uma vez por todas, que fora de Ti
tudo e todos
somos excêntricos?»

(D. Hélder Câmara)

Eugénia Pereira disse...

Apesar da crise que vivemos, como Igreja, eu quero acreditar que temos Comunidades,pelo menos eu sinto-me integrada numa Comunidade. Claro que existem muitas lacunas, claro que uma grande maioria não se sente pertença de uma comunidade, claro... Blá, Blá, Blá... Mas existem Comunidades.
Como funcionam? Talvez estejam muito longe das primeiras... falta o entusiasmo, o fascínio por Jesus, a vontade de O seguir de verdade e com Verdade... falta o conhecimento esclarecido do Evangelho, como uma Boa Notícia que mexe por dentro,...

Já há alguns anos que experiencio a partilha destas coisas da Fé num pequeno grupo de amigas (quatro, para ser mais precisa) . Reunimos semanalmente (com algumas interrupções, sempre que necessário), nas nossas casas, alternadamente, para fazer oração, para partilhar ideias sobre o Evangelho do domingo que se segue e para aprofundar alguns aspectos e esclarecer dúvidas. Esta experiência tem sido fantástica e muito enriquecedora pois, para além de todas as partilhas, criamos laços de irmãos. É evidente a nossa cumplicidade, a nossa união, o apoio que damos umas às outras, o suporte que somos umas para as outras ...
Às vezes dou comigo a pensar que, se existissem mais mini-comunidades (porque somos mais do que um grupo) como a nossa, existiria certamente uma Comunidade a sério a reunir-se, em festa, na celebração da Eucaristia, a fazer oração, a partilhar bens e afetos, a viver com alegria, mesmo nos momentos mais difíceis.. É um sonho que é real em muitos locais do mundo... Porque é que por cá não passa ainda de um sonho?

Jesus e os seus primeiros Amigos tiveram que "lutar", sofrer e até dar a vida, para ultrapassar os limites da lei que escraviza, para dar testemunho de que o Amor é muito maior do que qualquer lei, ou melhor, é a Lei...
Hoje ainda continuamos às voltas com regras e leis que impedem a ação por Amor (apenas). Porquê?
Eu não tenho respostas, nem soluções, mas gostava de contribuir, de alguma forma, para que algo fosse diferente, para que Jesus fosse, realmente, O CENTRO DA NOSSA VIDA EM COMUM...

Eugénia Pereira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Vivo numa comunidade há 27 anos e só há pouco mais de 7, se começou a desenhar timidamente o que se pode a chamar de comumUNIDADE os "trabalhadores" escassearam e 6 comunidades tiveram que se unir... trabalho difícil, mas, não impossível e foi bonito o que se conseguiu... mais tarde com o surgimento de um novo "trabalhador " as comunidades voltaram a ser só 4 mas o esforço de comunhão estava no bom caminho... hoje sente-se esse esforço com muitas limitações, mas, muitos e bons progressos... Falta no entanto trabalhar mais e melhor a base, as jovens famílias para que conheçam, amem e sigam JESUS...Sinto que se começa pelo fim...Jesus, devia ser amado e conhecido nas Famílias, que teriam que pertencer de coração à comunidade que segue o Mestre...sinto que estamos a fazer caminho,já se pára para ouvir e meditar nas inscrituras ,já se investe na formação de catequistas,de leitores e mec. A Eucaristia é festiva e respira-se felicidade e maior comunhão embora os padres diocesanos ainda sejam muito agarrados à "lei" e Jesus torna-se difícil de vislumbrar, no meio de tanto cerimonial, tanto "salamalec" tantas palavras a mais... Não se pode, não se deve... a proximidade, a interioridade, a partilha, perdem-se... o caminho está a fazer-se e as mentalidades a mudar só que muito, mas, muito lentamente... Gostava de perguntar, o D. António Francisco sabe destas Jornadas de reflexão pastoral? isto chega aos nossos párocos?

José Silva Oliveira disse...

Augusto, Paulo, Eugénia e Luz, muito obrigado pelas vossas partilhas!

Uma pastoral dos sentidos, da proximidade, do encontro...
Um seguimento que, ao nos comprometer com Jesus, implica-nos e compromete-nos com os outros...
Testemunhos assim desafiam-nos a olhar com mais seriedade para Jesus, a ver se apanhamos o jeito de olhar como Ele!

Isto começa bem! Continuemos, então!

Até já,

Inês Nabais disse...

Precisamos de comunidades que provocam e convocam aqueles que chegam com aquele "Vede como eles se amam"...

Artur Mascarenhas disse...

Penso que existe muita vontade de pertencer a uma comunidade (das que falamos aqui) por parte das pessoas. Não esqueçamos que Jesus se revela nos outros e tanta vezes nos fala por um desconhecido ou npor alguém não muito chegado e não temos tempo. As comunidades nascem, crescem e mantêm-se, se conseguirmos cristianizar a relação com o outro, seja ele quem for.

Unknown disse...

Conhecendo um pouco mais dos Atos dos Apóstolos,que é tão atula,acho que há movimentos variados dentro das Igreja.
Em alguns casos o movimento é fechado,apenas para alguns,em outros,a mensagem é transmitida,no meu ver,longe do que Jesus ensinou e deu como exemplo.
Uma comunidade começa a ser comUNIDADE,quando vemos no outro um Irmão e não um título,uma nacionalidade,um estado civil,....

Unknown disse...

Antes de mais....saber que Ele existe. Procurá-lo. Conhecê-lo. Sempre com a ajuda de quem sabe mais "destas coisas" do que nós... Depois, reconhecê-Lo no outro... Cultivar muito a diferença: algumas técnicas - idiossincráticas, bem sei - para que o possamos reconhecer: deixar de ver telejornais, evitar massas informes de informação rápida; procurar - e há tantos meios, hoje - "boas notícias"...fazer "boas notícias"; sair de casa, visitar amigos, encontrar outros, provocar esse encontros, estabelecer assim rotinas de relações duradouras com as pessoas; recolhermo-nos em oração diária (desligando o telemóvel de propósito...Sim, o telemóvel também tem um botão de desligar...fabuloso, não?), quase permanente. Depois, cultivar outra vez a diferença do outro e no outro com o respeito enorme que a sua liberdade merece; fazermo-nos íntimos das pessoas, falar-lhes de Jesus (o Cristo), ganhar familiaridade com essas falas, onde quer que seja, sem medo de sermos ridicularizados; depois há o "não julgar" numa aceitação de tudo e todos os que nos rodeiam (nós não lhes conhecemos a história, nem as estórias, de cada um); estar atento a isso, sempre. Por fim, confiar, confiar sempre que o "pão nosso de cada dia" nos vai cair na mesa e que nessa mesa cabe sempre mais um; isto permite-nos gerir muitas das "ansiedades" quotidianas...Para que essa confiança nos comece a ser uma nossa característica é preciso muito trabalho de abraço de fé...mesmo muito. Mas se estivermos atentos, ela vem, ela mostra-se-nos...Sim, com esta confiança a comunidade faz-se e vai num bom caminho...Não temos outra hipótese, "Homem Algum é Uma Ilha"...Temos de "desisolar" as pessoas....E quem abraça a fé tem a maior responsabilidade nisto. Gentileza, pois claro...renunciar a qualquer tipo de violência. Como estamos talhados para o Amor, só confiamos em quem nos mostra esse Amor e no-lo demonstra...Temos de imitar os gestos de AMor que aprendemos com Jesus...Porque isto não é só de dizer, é também de fazer. Miguel

Teresa disse...

Obrigada Inês, Artur, Anónimo e Miguel.

Olhar para o outro, agir nele e com ele ao jeito de Jesus. Não será muito diferente disto um pilar de uma comUNIDADE...

Continuemos a procurar...

Teresa Ascensão
Equipa de Coordenação JRP

VOANDO... disse...

Ser! Pertencer! Procurar! Seguir os ditames do Evangelho! Ter vida de oração! Fazer caminhada de Fé integrado em Comunidade!
Eis-me aqui, Senhor, para fazer a Tua vontade! No caminhar dos dias da Vida.

José Silva Oliveira disse...

Voando, obrigado pelo teu comentário!

A vida comunitária é coisa para cada dia...

José Silva Oliveira
Equipa de Coordenação JRP

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